26 de maio de 2010

"Um grande garoto"

“- Oi Nick, Oi Mark, vão ao clube de computadores mais tarde?
- Marcus nós não queremos mais que ande conosco.
- Por quê?
- Por causa deles.
- Eles não têm nada a ver comigo.
- Têm , sim.
- Não tínhamos problemas antes de andarmos com você. Agora temos todo dia.
- Além do mais, todos acham você esquisito.
- Mas é só um pouco.
- Tudo bem...”.

O diálogo do filme “Um grande garoto” (About a boy : 2000) sinaliza que Marcus está sendo vítima de um tipo de violência psicológica ou bullying. Bullying é uma palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros. Ocorre com mais freqüência no ambiente escolar. Assim, numa escola, uma criança era considerada ‘escrava’ por outras chefiadas por um aluno-líder, e, um adolescente era obrigado a dar dinheiro para colegas mais velhos e fisicamente mais fortes, senão sofreria algum tipo de violência. Os professores também não estão vacinados contra o bullying. Como se não bastasse sofrer uma grave fobia escolar que o impedia de trabalhar, um professor ainda era obrigado a suportar discriminação, humilhação e ameaças veladas de colegas insensíveis, invejosos e vingativos.

Ao sofrer a violência do tipo bullying, tanto as crianças como os adultos, sozinhos, não têm como se defender. Os colegas, embora digam repudiar esse tipo de violência psicológica e sentirem pena, declaram que nada podem fazer para defendê-la, com medo de serem a próxima vítima.

Muitas crianças vítimas de bullying desenvolvem medo, pânico, depressão, distúrbios psicossomáticos e geralmente evitam retornar à escola quando esta nada faz em defesa da vítima.

Além de conviver com um estado constante de pavor, uma criança ou adolescente vítima de bullying talvez sejam as que mais sofrem com a rejeição, isolamento, humilhação, a tal ponto de se verem impedidas de se relacionarem com quem ela deseja, de brincar livremente, de fazer a tarefa na escola em grupo, porque os mais fortes e intolerantes lhe impõem tal sofrimento.

O que fazer?

Os pais devem apoiar o filho, abrindo espaço para ele falar sobre o sofrimento de estar sendo rejeitado pelos colegas. “Obrigar o filho a enfrentar os agressores pode não ser a melhor solução, visto que ele está fragilizado, ou seja, corre o risco de sofrer uma frustração ainda maior”, diz Lopes Neto. Mas, fazer de conta que não existe bullying ou outro tipo de violência psicológica na escola é, no fundo, autorizar a prática de mais violência. É preciso estar atento para o risco de suicídio onde a vítima sem auto-estima alucina tal ato como ‘saída’ honrosa para o seu sofrimento.

Fonte: http://www.espacoacademico.com.br/043/43lima.htm

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