25 de maio de 2010

Entrevista com especialistas - parte 2

Dra. Fátima Sequeira
Profissão: Psicóloga

1. No seu trabalho de psicóloga, já teve que lidar com algum caso de Bullying?

Em termos físicos, não houve nenhum caso de alunos que por auto-determinação tivessem procurado ajuda, no entanto, os casos existem, e em casos pontuais verifica-se esta problemática.

2. Quais as causas para a prática desta temática?

Quanto as causas, temos que pensar que o problema vem sobretudo dirigido a uma insegurança, quer do agressor, quer do agredido.
A vítima demonstra mais essa insegurança e dai ser apetecida pelo agressor, provocando uma sensação de mal-estar e falta de aceitação.

3. E as consequências?

A vítima para além da insegurança irá provavelmente sofrer de auto-estima ansiedade e com consequências no âmbito social, escola e profissional. Quanto aos agressores, poderão ser tomadas medidas legais que condenem estes actos reprováveis num simples regulamento interno da escola. Muitas vezes o risco do agressor e a falsa ideia de poder e admiração por estes actos.

4. Qual a relação entre a criminalidade e o Bullying na adolescência?

Não farei tanto essa relação, porque são temas distintos. Penso que a ausência de limites e de personalidade é que poderá levar o indivíduo mais longe ao ponto de cometer crimes.

5. Qual é o trabalho que o psicólogo desempenha para ajudar a ultrapassar este fenômeno?

O trabalho do psicólogo deverá sobretudo por começar pela sensibilização. A comunidade educativa deve promover relações inter-pessoais, ou inter-grupos. Na minha opinião e a nível do ensino básico, a formação cívica era um bom espaço para desenvolver este tipo de relações e criar programas de modo abranger não só da vítima e do agressor mas também pais e professores.

6. E os pais? Em que medida os pais podem intervir para esta problemática?

Os pais têm um papel muito importante. Se existir desde o berço o hábito de se falar sobre os temas e se o dia-a-dia do educando for tema de conversa, os problemas terão ajuda dos outros elementos do agregado familiar. Os pais por vezes não têm a formação adequada para este tipo de problemas e banalizam ou dramatizam a situação em vez de tomarem a atitude certa que será procurar uma especialista. O facto de este problema existir não significa que os pais tenham que culpar e a culpabilização pode ser grave ao ponto de levar à depressão ou à projecção da culpa para outras pessoas ou instituições.

7. Na sua opinião, deveria haver um maior acompanhamento especializado?

Apesar haver em termos quantitativos muitos casos, esse apoio terá que existir, porque os casos podem existir e não serem revelados.

8. Deveria ser divulgado?

Acho, porque devemos estar mais atentos [...], mas nos sensibilizar para um problema que poderá ter maiores porpoções.

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